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quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Meu último versejar de outubro


Pra quem tanto versejo?
Sabe que não sei!
Quiçá apenas pra quem
Me queira bem. Quem sabe?

Pra quem tanto versejo?
Versejo quiçá pra quem
Tenha um coração ávido
De alento. Quem sabe?

Pra quem tanto versejo?
Ora quiçá pra quem como eu
Tem o peito rasgado de amor
E não tem coragem suficiente
De desnudar aos bisbilhoteiros
Tamanho sentimento! Quem sabe?

RELMendes – 31/10/2010




quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Não sou sovina não senhor

(Nem aqui nem na China!)


-Se nada ajuntei em meus mealheiros
Além senão de meus singelos versins
Os quais graciosamente eu os oferto
A quem quer que por eles se interesse
Sem nada jamais eu lhes cobrar...em troca.

-Então, ôxe, é pífia a possibilidade de eu ter  
Me contaminado com essa tal sovines
Tão chula. Né não?

-Se nada amontoei em meu embornal
Usado em minhas muitas andanças
Além senão de meus muitos sonhos :
- De partilhar o “pão-nosso” de cada dia;
- De moradia digna a todos trabalhadores;
- De esperança de liberdade perene neste país...
Sonhos estes que eu os polvilhos em versos. Ao léu.
A quem se dispuser a sonhá-los comigo.
Mas sonhá-los juntinhos  (mundo afora)
“De mãos dadas”  no dizer de Drummond...
O inigualável poeta sabedor das coisas e do
Borbulhar da vida  a fluir.

-Ôxe! Então é pífia a possibilidade de eu ter 
Me contaminado com essa tal sovines
Tão chula. Né não?

RELMendes – 21/09/2019



quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Com o que nos deparamos na envelhecência?


(Vide os maus tratos a idosos em Sta Luzia, BH/MG)



 -Salvo as raríssimas exceções... que só confirmam
Completamente...o que hora lhes direi, abertamente,
Sem papas alguma na língua ...
-Ora! Ora! Ora! Só nos deparamos...a todo momento,
Com muita maldade no detrás das falsas aparências!
-Pois, nela,na envelhecência, ah, nada mais degustamos
Senão aquelas tristes verdades debulhadas,aos montes,
Por todos os cantos e lados aonde se vivia...a ouví-las,
(Quando em casa, criança ainda se era, á época!)_
Quer em sagrados provérbios ou adágios populares
(sabedoria  colhida no desenrolar dos tempo )
Ditas e reditas pelos nossos pais, afins ou achegados
Tais como: - Olha!Te é de mais valia a tua vizinhança
Que, de pronto, de alguma fora ou  maneira...
Te socorre...sempre,em uma inesperada agrura,
Que teus aparentados que só aparecem ao teu deredor
Quando por algum motivo de ti carecem!
- Escuta!Te é de mais valia um amigo que te socorre...
Sem que necessário seja... tu te humilhares,
Quando de agruras até ás tampas estiveres...
Que um irmão que pouco se dá ao soar de tuas
Lamúrias ou prantos de agruras, quiçá, tão
Facilmente  solucionáveis...
- Olha você aqui, pois assim diz o Senhor :
“Maldito seja o homem que confia noutro homem”...
- Atenta-te bem, pois, a teus filhos/as, se tu o sabes
Que  eles desconhecem totalmente, a única promessa
(bíblica) de “Deus” em ralação a como tratar os pais
Quer no percurso de sua vitalidade ou na velhice:
- “Honra teu pai e tua mãe e “Eu” dar-te-ei prosperidade
e longevidade...”
Saibas tu também, que, porquanto tal desconhecimento...
Quiçá, eles te abandonarão ao desalento amanhã viu?!

-Com o que nos deparamos na envelhecência?
(Vide os maus tratos a idosos em Sta Luzia, BH/MG)


-Salvo as raríssimas exceções... que só confirmam
Completamente...o que hora lhes direi, abertamente,
Sem papas alguma na língua ...
-Ora! Ora! Ora! Só nos deparamos...a todo momento,
Com muita maldade no detrás das falsas aparências!
-Pois o que na realidade vemos e vivemos...nesse agora,
No detrás das falsas aparências midiáticas do glamour
Da bondade assaz discutível de todos os aparentados para
C om seus mais envelhecidos...
É apenas uma desfaçatez da safadeza pra esconderem
Além da malquerença e despreso, o total abandono a que
Os submetem...sem a menor compaixão!
Quer em asilos ou mesmo em suas próprias residências.
Pronto falei!

RELMendes – 29/07/2019

domingo, 7 de julho de 2019

Colares ornados de verdes mares


(Mimo á cunhada Cida Colares Mendes)



-“Colares” há, aos montes:
Uns extravagantes, pois brilhantes á beça
Outros opacos ou assaz transparentes
Até os de neon absolutamente reluzentes!

-Mas “Colares” verdes...verdes pra valer,
Que nem os mares de minha terra distante
(Fortaleza Ceará Brasil)
Só os ornados com os verdes olhos da Cida...
Que além de limpidamente verdes, a olhos vistos,
Assaz sedutores e sobremaneira envolventes...
Que bem o diga meu irmão Carlinho.
(Carlos Mendes na verdade!)
Pois logo ao espiá-los frente a frente outrora
Apaixonou-se profundamente por sua Cida
E sem hesitar mergulhou em seus verdes
Olhos encantadores bem como em seu coração
(amoroso e valente)
Sem a menor pretensão de lá emergir nem hoje
Nem amanhã nem tampouco, jamais!

RELMendes – 22/01/2013



segunda-feira, 24 de junho de 2019

Quem caminha chega ao infinito



-Caminho sempre rumo ao infinito.
Qual nau a singrar em mar revolto.
D’outra forma pouco me apraz deveras
Viver senão a caminhar sem parar.
Caminheiro o sou desde que por gente
 Entendo-me.Caminhar (des)aquieta-me.
Faz-me ir em busca do aonde haja amor
Pra gente se esbaldar de felicidade.

-Caminho sempre rumo ao infinito
Pois a mim me parece ser isto
O único sentido do meu caminhar
(Por essas plagas tão distantes)
Vez que estou sempre mente alhures
Quiçá lá aonde eu possa ser eu mesmo
E meu coração sempre tão atribulado
Qual nau a singrar em mar revolto
Possa por fim atracar e amainar-se
Em seu quiçá tão pertinente ansioso buscar
Daquele  aonde se esbaldará de amor (á beça)
Sem jamais se apoquentar novamente...
Com a insuportável  solidão impertinente
A perturbá-lo constantemente sem cessar.

RELMendes – 23/06/2019

quarta-feira, 19 de junho de 2019

O que direi eu do tempo?


-Há quem já afirmou e ainda  afirma
 (com uma convicção absurda)
Que o tempo tudo apaga.
(Como se fora o tempo uma flanela rota...
De limpar a opacidez  d’alma, magoada.)
Ledo engano! Eu pessoalmente discordo.
Pra mim ele, o tempo, nada apaga
Na lousa da memória. Olha só este dado.
Se não me engano  a grande “Lispecto”
Já dissera com muita propriedade:
- O tempo não apaga nada...
Nós é que fingimos ter esquecido.
Isto é o que penso!  Pois, vez por outra,
O vendaval inesperado das lembranças
Conduz-me ao meu pretérito...ou ao outrora,
E por lá me defronto com tudo por mim  já vivido.

-O quê faço eu então? Simplesmente, sem hesitar,
Me arranco das bocas, depressinha, á beça,
Mas trago comigo tudo, tudinho mesmo, que
Por ventura, me tenha acariciado a alma por lá.

-Entretanto, deixo por lá, no outrora, tudo que...
Por desventura, abalroou-me,sem pena, nem dó,
(tampouco)
Como minhas tantas traquinices que ousei pensar
Em fazê-las,e as fiz, aos montes, lá no percurso do
Meu outrora assaz irrequieto.

RELMendes – 13/06/2019


sexta-feira, 7 de junho de 2019

Sem papas na língua 4


Sorrindo por quê?
Se hoje em dia o indesejável espectro do mal está bafejando
Com uma truculência jamais vista, senão nos céus chilenos.
(Onde 88%  dos idosos,com o sistema de capitalização, 
estão percebendo  abaixo do salário mínimo, e 44%, dos aposentados
Chilenos,estão abaixo da linha da pobreza. E porquanto...
suicidando-se por conta da fome e do abandono total)
Porém, cá em nosso céu azul, e esperançado,sem hesitar,
Espantemos  com bravura, a olhos vistos, a qualquer preço...
Essa tal propositura de desmonte do INSS do CHUCHUCO...
- Paulo Guedes , o pau mandado dos banqueiros e d’outros
Carcarás, gananciosos, exploradores da miséria humana -
Lá pra tonga da miroga do caburetê onde o bafo fétido
das idéias econômicas neoliberais do escroto do CHUCHUCA
Devam  se instalar  e infernizar o capeta até o Juizo Final.

-Mas como espantaremos lá pra casa do capeta esse tal espectro
- CHUCHUCA - do bafo fedorento que quer abduzir nossos
Direitos Previdenciários obtidos a duras e históricas penas?

-Ora! Para combatermos o tal espectro do mal – Paulo Guedes,
Sinistro da Economia, sua corja e seu insuportável bafo...
Bafo de bufa de jaratataca que quer, de qualquer jeito, abduzir
Nossos “Direitos Previdenciários”, adquiridos a duras penas, e
Lança-nos na miséria absoluta – vamos ás ruas, aos montes,
Sem desanimar jamais; exijamos com firmeza que nossos ditos deputados votem contra essa infame Reforma da Previdência; refutemos juntos, em alto e bom som, pelas ruas e mídias diversas,
os abomináveis cortes de verbas da Educação Pública e
das Pesquisas Cientificas de nossas Universidades e Institutos Federais... impostas por outro Sinistro neurastênico , feito pelo Bolso,
o cara da Educação brasileira, sem nadica de educação entender, apesar de dar umas aulinhas  numa conceituada Universidade em Sampa... segundo ele afirma. Pois depois do falso mestrado da esparoladíssima, Sinistra DAMARES, goiabeira, euzinho mesmo
já não acredito em nem um deles, nem que a vaca tussa.
E  tantos outros incontáveis bafos fedorentos desse esdrúxulo governo do abominável  mito apocalíptico, cognominado simplesmente...
- Bolso, o bocó. Ou melhor. O apedeuta confesso, em economia.
E apedeuta não assumido, em ecologia ...em meio ambiente,em educação escolar, em relações internacionais sempre bilaterais,
em respeito a direitos humanos reconhecidos internacionalmente ,
em filosofia, e tudo mais enfim.
“Êta que quà!” Ou putzgrila!

RELMendes – 07/05/2019


terça-feira, 4 de junho de 2019

Sem papas na língua



-Estou longínquo ou, quiçá,longevo?
Sim, longevo, certamente! Na varanda da vida.
Repleto de nada, ou coisa alguma!
Pois, com raras exceções, alguém auscuta
Ou se apercebe das agruras de um antigo.
Somos para alguns, qual tralhas amontoadas
No caritó das patacoadas  malqueridas.

-Se estou longevo ou, quiçá, velho mesmo...
Não posso ser eu apenas uma saudade, no presente,
Nem tampouco, no futuro, prolixo e insondável?
Ou resta-me apenas ser eu uma saudade imensa
Da juventude vez que nela eu sonhava alhures...
E perambulava sem bengalas, de quaisquer tipos,
Em busca de sonhos ou, quiçá, até de utopias,
Desde que fossem, tão somente, minhas?
Mas, tão somente, só minhas... Quão o é o ar que respiro!
Mas tão, unicamente, só minhas, que somente eu possa
Partilha-las, as útopias, com outros alguéns  que, por ventura...
Se dispuserem a se utopizar comigo por ai, ao léu!

RELMendes – 29/05/2019




quinta-feira, 4 de abril de 2019

Raposas da República ainda regougam entre nós


(Como se fora felinos a ronronarem pra nos assustar)



-Por aqui, ali, e bem lá acolá
Sobejamente vociferam inquietos
Contra quem clama por justiça.
( Ah, e como vociferam!)
-Atacam sem complacência
Como se fora hienas famintas
Aos que pelejam por partilha.
- Têm? Os outros que se danem!
-Verbalizam seus verbos soberbos
Como se fora os únicos donos
Da verdade. E verdades chulas.
Fundamentalistas, achacadiços.
São borras tintas a achincalharem
As paisagens da liberdade...
Que quer ser degustada por todos.
Mas a impedem de fluir pra todos.
Como se a pudessem engaiolar...
Êta que quá!

RELMendes – 02/03/2019

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Ninguém está terminado


-Ainda não estou terminado
Isto é certo pra mim!
A cada dia teço-me um pouquinho
Isto também é certo!

-Um dia cá eu burilo-me o tosco que sou
Tentando a todo custo escrever alguns versinhos...
-Outro dia lá eu engatinho-me em gentilezas á beça
Pra ser mais gentil e/ou estar construindo-me como
Um ser um pouquinho mais humano. Ah quem dera!
Isto também é certo!

-Óh! Como se pode ver a olhos vistos
Sempre estou construindo-me a cada dia.
Sempre reconstruindo-me a cada momento.
Porque tenho por certo cá dentro de mim:
- Ainda não estou terminado.
Isto é certo pra mim!

RELMendes -07/01-2019


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Hoje me vesti de Sertão. Tá bão?


-Hoje eu quero uma rede preguiçosa
Pra eu me balangar preguiçosamente.
-Quero a sinfonia de bem-te-vis e pardais
Pra eu sentir a ternura generosa da natureza.
-Quero sentir o tempo passar lento ao som de violas
Pra eu degustar a madorna do sol a pino do Sertão.
-Quero lançar meus olhinhos espiadores ao longe
Pra eu me besuntar com as belezuras abundantes
Do lindo vale do Jequitinhonha nas Gerais...
-Oxi! Quero também uma panelada de pequi
Com arroz de pilão e carne de sol serenada
Cozinhando no borralho de minha vivenda
Pra eu sentir o aroma gostoso e o sabor delicioso
Desse ouro do serrado mineiro.
Isto me faz mais Sertão.

RELMendes – 09/01/2019
BOTUMIRIM/ VALE DAS ACACIAS/MG
FOTO Manoel Freitas


domingo, 13 de janeiro de 2019

Quem sabe voar de repente voa


-Nem vem que não tem!
Ou então que venha bem devagarinho.
De preferência se derramando de amor
(Pra encharcar-me de contentamento...
 Evidentemente!)
Aí pode me molestar a vontade.
Que me besuntarei de contentamento.
Senão ponha-se em seu lugar.
Nem vem que não tem!

-Sabe por quê?
Porque me espanto fácil.
Porque alvoroço-me a toa.
Porque sou arisco de verdade.
Porque sou ave de arribação.
Porque tenho asas vigorosas..
Porque eu sei voar rapidinho.

-Quando alguém acaso vem a mim
Só pra me aporrinhar sem motivo.
Ah! Eu me espanto á beça!
Aí alvoroço-me todinho.
Bato asas aborrecidíssimo.
E sem hesitar voo alhures.
Voo e pouso suavemente
Lá onde queiram me amar. De verdade!
Ah!Amar sem jamais me espantar. Viu?
Senão sem xurumelas alço voo de novo
Pra nunca mais ali retornar novamente!


RELMendes – 08/01/2019


sábado, 12 de janeiro de 2019

A beleza da vida se esconde na diversidade.


(Vida indígena é uma referência disto)


-Óh! Quem saberá o que se esconde lá

No reverso d’alma indígena brasileira
Que apesar dos pesares ainda canta a vida?

-Ah!Penso que ninguém sabe. Nem saberá jamais.
Senão os olhinhos habilidosos de um fotógrafo/a
Vez que eles a bisbilhotarem por todo canto
Sempre descobrem a imensurável beleza
Da diversidade da vida a florir, onde quer
Que ela se esconda... Assim creio!

-Óh!Quem imagina a dor que plange escondida lá
No reverso d’alma do/a indígena brasileiro
- Que hoje vive num’aldeia ameaçada de invasão
Por toda sorte de malvados jagunços contratados
Por calhordas gananciosos que querem se apropriar
A qualquer preço das terras que lhe são de pertença. -
Se sorridente ele/a se permite fotografar numa boa?

-Ah! Acho que ninguém imagina. Nem imaginará jamais.
Senão. Penso eu. Jamais desrespeitariam tão
Acintosamente sua rica e pujante cultura tão impar...
Nem tampouco invadiriam suas terras tão suas.
Nem menoscabariam jamais seu sagrado viver.
Mas poetas. Ah estes sim! Logo a imaginam
E ao imaginá-la versejam-na em poesias mil.
Plangentes ou jubilosas. Mas sempre plenas.
De encantamento e respeito sem fim.

RELMendes – 10/01/2019






sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Quão vadio é meu pensamento

(sempre evade-se pelo espelho das lembranças)

-Meu pensamento está sempre
Em lugares longínquos. Quiçá no pretérito.
O vadio nunca vai aonde desejo. Será?
Sempre está perambulando por onde vadiei.
Não sei por que não escuta o que lhe ordeno.
Quiçá a libido o conduza. Quem sabe?
Ou quiçá ele vá apenas aonde eu queira ir

-Ele frequentemente salta cercas aos montes
(tanto as da imprudência quão as dos desejos)
Pra ir paparicar as apetitosas moçoilas namoradeiras
Que perambulavam sorridentes á noite por horas
Na pracinha mal iluminada daquela cidadezinha
Em que morávamos bem antigamente...
Pra flertarem á beça ou trocarem olharem
Discretamente salientes... Comigo e tantos outros
Rapazinhos envitrinados por ali.

-Ah como eu esperava ansioso o anoitecer!
 Viu? Descobri! Ora! Ora! Ora! Meu pensamento vadio
Apenas segue as orientações de minha melancolia
Saudosa dos tempos em que eu levantava poeira.
E nada mais!

RELMendes – 11/01/2019



terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Travessia inevitável


-Enquanto á vida convém
Caminhemos juntinhos.
Ou ao menos parelhados.
(“Porque a vida não para. Não para!”)
Sem balbuciar bestagens!
Nem tampouco sequer
Balburdiar aos montes
Quer de euforia ou ais tristonhos
Vez que muito acabrunham-nos
A alma peregrina ávida
De ir em frente.
Sempre em frente.

-Enquanto á vida convém
Caminhemos juntinhos.
Ou ao menos parelhados.
(“Porque a vida não para. Não para!”)
Cantarolando quiçá  cantigas de ninar
(Uns para os outros e tantos outros)
Sem nunca procrastinar jamais
Os sonhos de viver plenamente
A quem conosco sempre palmilha
(Todos os dias ou vez por outra)
Pelas trilhas de nossas andanças...
Antes que a “indesejável das gentes”
Sorrateiramente nos atravesse
Pro outro lado desconhecido da vida...
Onde todos nós inevitavelmente um dia
(Após a inevitável travessia derradeira)
 Iremos pra sempre lá morar!

RELMendes – 31/12/2018


sábado, 5 de janeiro de 2019

Quem vive sempre faz Teatro


(Do nascer ao fenecer!)


-Ah! Eu mesmo sempre teatralizo tudo.

E teatralizo desde o proscênio da vida. Viu?
Nasci berrando: -  De Fome! Ah, e pelado!
Acariciei as mamas maternas. Esfomeado!
Fiz manhas aborrecedoras aos montes e
Brincadeirinhas assaz encantadoras só pra
Conseguir meu querer de criança peralta.
Qual o faz todas as criancinhas do mundo.

-Ora!Se houve emoções não importa a espécie
É o teatro da vida a acontecer vigorosamente.
Isto é fato em mim. E em todos os viventes.

-Gesticulei e ainda gesticulo aos montes.
Como se fora um italiano em seu cotidiano.
-Olhei e ainda olho de esguelha sem avareza
Sempre que me espanto com o inusitado.
-Amei e ainda amo á beça. Quem?
Ah! Como diz o fado: - “nem ás paredes confesso”!
-Chorei e ainda choro a cântaros
(Aborrecido ou comovido)
Quando defronto-me com a maldade alheia
Bem como diante de gestos de ternura explícita.
-Cantarolei e ainda cantarolo( sem xurumelas)
Por qualquer coisinha que me alegre de repente
Ou quiçá me aborreça de repente também.
-Vestiram-me de azul e branco. Outrora!
-Mas hoje, na envelhecência, livremente
Visto-me de rosa vermelho lilás bordô florido
Amarelinho dourado e todas as cores do arco iris
E ninguém tem nada com isso. Ora bolas Damares!
-Fiz-me até professor de teatro em Pasargada!
Veja só que audácia minha, minha gente!

-Ora!Se houve emoções não importa a espécie
É o teatro da vida a acontecer vigorosamente.
Isto é fato em mim. E em todos os viventes.

RELMENDES – 05/01/2019


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Eta mundão sem limites!


-A ganância campeia mundo afora.
Devorando o que encontra.
Pela frente e no reverso!
-Mas poetas bocejam versos.
Poetizemo-nos então!

-Os incautos ah endividam-se.
O dinheiro de plástico poe-lhes
A corda ao pescoço. Esgana-os.
Os agregados também esgana-os.
Cantores solfejam assustados.
Liquidam-se! Não há bufunfa!
Pra encher-lhes as burrinhas.
-Mas poetas bocejam versos.
Poetizemo-nos então!

-A torpe propaganda (enganosa)
Inunda as médeas (ou mídias).
Pra conduzir os pobres miseráveis
Ao delírio do consumo.
A parafernália tecnológica
Embucha-nos de ostentação.
Empanzina-nos de inverdades.
Atsunamina-nos de bestagens
Abestalha-nos de inviáveis.
-Mas poetas bocejam versos.
Poetizemo-nos então!

-Mas também viaja-nos. Mundo afora.
Acultura-nos á beça.Pelo percurso.
Torna-nos ora gentis ora toscos
Como flores ou porco espinho.
Afinal, não por quanto, há que se fazer
A diferença e viver, serenamente,
Enquanto é Natal!
-Pois poetas bocejam versos.
Poetizemo-nos então!


RELMendes – 23/12/2018