-Há quem já afirmou e ainda  afirma
 (com uma convicção
absurda) 
Que o tempo tudo apaga.
(Como se fora o tempo uma flanela rota...
De limpar a opacidez 
d’alma, magoada.)
Ledo engano! Eu pessoalmente discordo.
Pra mim ele, o tempo, nada apaga 
Na lousa da memória. Olha só este dado. 
Se não me engano  a
grande “Lispecto”
Já dissera com muita propriedade:
- O tempo não apaga nada...
Nós é que fingimos ter esquecido.
Isto é o que penso!  Pois, vez por outra, 
O vendaval inesperado das lembranças 
Conduz-me ao meu pretérito...ou ao outrora,
E por lá me defronto com tudo por mim  já vivido.
-O quê faço eu então? Simplesmente, sem hesitar,
Me arranco das bocas, depressinha, á beça,
Mas trago comigo tudo, tudinho mesmo, que 
Por ventura, me tenha acariciado a alma por lá.
-Entretanto, deixo por lá, no outrora, tudo que...
Por desventura, abalroou-me,sem pena, nem dó,
(tampouco)
Como minhas tantas traquinices que ousei pensar 
Em fazê-las,e as fiz, aos montes, lá no percurso do 
Meu outrora assaz irrequieto.
RELMendes – 13/06/2019

Nenhum comentário:
Postar um comentário