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quarta-feira, 19 de junho de 2019

O que direi eu do tempo?


-Há quem já afirmou e ainda  afirma
 (com uma convicção absurda)
Que o tempo tudo apaga.
(Como se fora o tempo uma flanela rota...
De limpar a opacidez  d’alma, magoada.)
Ledo engano! Eu pessoalmente discordo.
Pra mim ele, o tempo, nada apaga
Na lousa da memória. Olha só este dado.
Se não me engano  a grande “Lispecto”
Já dissera com muita propriedade:
- O tempo não apaga nada...
Nós é que fingimos ter esquecido.
Isto é o que penso!  Pois, vez por outra,
O vendaval inesperado das lembranças
Conduz-me ao meu pretérito...ou ao outrora,
E por lá me defronto com tudo por mim  já vivido.

-O quê faço eu então? Simplesmente, sem hesitar,
Me arranco das bocas, depressinha, á beça,
Mas trago comigo tudo, tudinho mesmo, que
Por ventura, me tenha acariciado a alma por lá.

-Entretanto, deixo por lá, no outrora, tudo que...
Por desventura, abalroou-me,sem pena, nem dó,
(tampouco)
Como minhas tantas traquinices que ousei pensar
Em fazê-las,e as fiz, aos montes, lá no percurso do
Meu outrora assaz irrequieto.

RELMendes – 13/06/2019


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