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sábado, 5 de janeiro de 2019

Quem vive sempre faz Teatro


(Do nascer ao fenecer!)


-Ah! Eu mesmo sempre teatralizo tudo.

E teatralizo desde o proscênio da vida. Viu?
Nasci berrando: -  De Fome! Ah, e pelado!
Acariciei as mamas maternas. Esfomeado!
Fiz manhas aborrecedoras aos montes e
Brincadeirinhas assaz encantadoras só pra
Conseguir meu querer de criança peralta.
Qual o faz todas as criancinhas do mundo.

-Ora!Se houve emoções não importa a espécie
É o teatro da vida a acontecer vigorosamente.
Isto é fato em mim. E em todos os viventes.

-Gesticulei e ainda gesticulo aos montes.
Como se fora um italiano em seu cotidiano.
-Olhei e ainda olho de esguelha sem avareza
Sempre que me espanto com o inusitado.
-Amei e ainda amo á beça. Quem?
Ah! Como diz o fado: - “nem ás paredes confesso”!
-Chorei e ainda choro a cântaros
(Aborrecido ou comovido)
Quando defronto-me com a maldade alheia
Bem como diante de gestos de ternura explícita.
-Cantarolei e ainda cantarolo( sem xurumelas)
Por qualquer coisinha que me alegre de repente
Ou quiçá me aborreça de repente também.
-Vestiram-me de azul e branco. Outrora!
-Mas hoje, na envelhecência, livremente
Visto-me de rosa vermelho lilás bordô florido
Amarelinho dourado e todas as cores do arco iris
E ninguém tem nada com isso. Ora bolas Damares!
-Fiz-me até professor de teatro em Pasargada!
Veja só que audácia minha, minha gente!

-Ora!Se houve emoções não importa a espécie
É o teatro da vida a acontecer vigorosamente.
Isto é fato em mim. E em todos os viventes.

RELMENDES – 05/01/2019


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