(Do nascer ao fenecer!)
-Ah! Eu mesmo sempre
teatralizo tudo.
E teatralizo desde o
proscênio da vida. Viu?
Nasci berrando: - De Fome! Ah, e pelado!
Acariciei as mamas
maternas. Esfomeado!
Fiz manhas aborrecedoras aos
montes e
Brincadeirinhas assaz
encantadoras só pra
Conseguir meu querer de
criança peralta.
Qual o faz todas as
criancinhas do mundo.
-Ora!Se houve emoções não
importa a espécie
É o teatro da vida a
acontecer vigorosamente.
Isto é fato em mim. E em
todos os viventes.
-Gesticulei e ainda
gesticulo aos montes.
Como se fora um italiano
em seu cotidiano.
-Olhei e ainda olho de
esguelha sem avareza
Sempre que me espanto com
o inusitado.
-Amei e ainda amo á beça.
Quem?
Ah! Como diz o fado: - “nem
ás paredes confesso”!
-Chorei e ainda choro a
cântaros
(Aborrecido ou comovido)
Quando defronto-me com a
maldade alheia
Bem como diante de gestos
de ternura explícita.
-Cantarolei e ainda
cantarolo( sem xurumelas)
Por qualquer coisinha que
me alegre de repente
Ou quiçá me aborreça de
repente também.
-Vestiram-me de azul e
branco. Outrora!
-Mas hoje, na
envelhecência, livremente
Visto-me de rosa vermelho
lilás bordô florido
Amarelinho dourado e todas
as cores do arco iris
E ninguém tem nada com
isso. Ora bolas Damares!
-Fiz-me até professor de
teatro em Pasargada!
Veja só que audácia minha,
minha gente!
-Ora!Se houve emoções não
importa a espécie
É o teatro da vida a
acontecer vigorosamente.
Isto é fato em mim. E em
todos os viventes.
RELMENDES – 05/01/2019
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