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sábado, 28 de novembro de 2015
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
...O bailarino do sertão
A Igor Xavier
o menino de sua mãe
-O bailarino
do sertão
No bailar do
dia a dia de sua vida
Ainda em flor
a desabrochar
Em sonhos e
mais sonhos
Era um garboso
jovem dançarino
Mas um carcará
valente
Ao tecer ávido
Seu ninho de esperança
Em um porvir
venturoso
-Entretanto...ao
bailar,
Em um tablado ou
palco
Onde talentosamente
exercia
Seu sublime ofício
de dançar
Era tal qual uma
garça branca
De nossas
belas veredas
A esvoejar elegante
e esplendorosa
Em cadência
compassada e graciosa
Quer a pés em
chão
Quer a pés em
ar
-Nessas suas
sublimes performances
Ele o
bailarino do sertão
Sempre
encantara a todos
Que o viam
bailar e bailar
Posto que bordava
gestos
Leves ternos encantadores
De uma
inenarrável beleza
Pra se ver
embevecidos
Pra se admirar
extasiados
Pra se
contemplar
Boquiabertos enfim
-No entanto...em
um dia qualquer,
Abruptamente
Sem pena nem
dó
Ceifaram-lhe a
vida
Ainda em flor
a desabrochar
E aquietaram-lhe
a arte buliçosa
Do bailar e
bailar
Tal qual uma garça
branca
Das veredas
desse sertão
E por conta
dessa crueldade
Até hoje em
dia...
Choramos de
saudade
Clamamos por
justiça
E esse nosso
sertão sofrido
Lamenta profundamente
a ausência
De sua garça
branca bailarina
Que se fez
estrela
Pra enfeitar o
firmamento
Montes Claros(MG),
16-08-2013
RELMendes
sábado, 21 de novembro de 2015
O Eco do Silêncio Interior
-Eu
quero o eco do silêncio interior!
-Questionei-me
então a mim mesmo:
-Mas
que eco do silêncio é esse
Que
tanto apetece-me à alma
Que
de ledo peregrino tenho?
-Disse-me
então a mim mesmo:
O
eco do silêncio interior...ora!
-Mas
a troco de quê
E
como sem dor e nem medo
Hei
de obter esse tal eco do silêncio
Para
ouvi-lo e degustá-lo melhor?...
-Eu
quero o eco do silêncio interior!
-Ora!...
Esse eco do silêncio interior
Tão-somente
ressoa ou ecoa
No
imo de mim ou no imo de ti
Se
a cada um de nós...individualmente,
Aprouver
ouví-lo ecoar
As
muitas verdades
Sobre
aquilo que somos
E
que em nós as bem escondemos
Até
de nós mesmos enfim
-Eu
quero o eco do silêncio interior!
-Ah!
Esse eco do silêncio silente
Que
sereniza ou acelera
A
já veloz cadência de tudo
Que
dentro de mim
Fremente
clama:
Mágoas
de mim...
Pelos
beijos que não roubei
Ressentimentos
de mim...
Pelos
versos que não escrevi
Raiva
de mim
Pelos
sonhos e sonhos
Que
não sonhei brincando
Como
criança feliz
E
pelos tantos desejos
Que
não os debulhei
Na
hora em que os deveria
Debulhar
e debulhar etc etc
-Eis
ai o porquê
Eu
quero o eco do silêncio interior
Pois
esses curiosos adereços mentais
Eu
de há muito os tenho
E
bem os escondo no imo de mim
Entretanto
se eu o permitir
O
eco do silêncio interior os desnuda
Despudoradamente
sem pena nem dó
E
isso me parece muito bom
Para
que eu possa saber
Quem
verdadeiramente sou
-Eu
quero o eco do silêncio interior!
-Por
fim... eu quero porque quero
O
eco do silêncio interior...
Quer
a troco da serenidade
Que
a mim e a todos encanta
Quer
a troco da turbulência
Do
encontro de mim comigo mesmo
Quer
quem sabe ainda
A
troco tão-somente de saciar-me
A
apetência de ouvir
Ainda
que por instantes
Esse
tão divino e curioso silêncio
Que
embora silente balbucia
Coisas
e mais coisas
De
mim e sobre mim...ora!
-Ah!...
Eu quero o eco do silêncio interior!
Montes
Claros (MG), 20-04-2013
RELMendes
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Desvairada transparência!
-Quando
estou/ como estou/ agora/
Pássaro
ferido de amor/avassalador/
Ah!
Não silencio/ nem escondo/nada/ jamais!
-Posto
que/ à língua solta/ declamo esse amor/
Aos
quatro cantos do mundo/afora/
Quer
em versos /miúdos/poemas /longos/
Poesias/
aos montes/ ou mesmo/
Em
singelas trovinhas ingênuas/ de fazer dó!
-Pois
sempre/ em qualquer esquina que paro/ por parar/
Hei
de expor/ e exporei /sim/ esse meu amor /pulsante /
Para
quem quiser me ouvir falar dele/ à beça/em bom som/
Nem
tampouco/ postergarei/ nunca/ o seu conhecimento/
Pra
quem quer que seja/ só para depois de amanhã/Jamais!
-Posto
que agora/ neste exato momento/
Em
um botequim qualquer/ das quebradas da vida/
Declino-o/
em alto e bom som/ sem pundonores algum/
Para
que todos saibam/ antecipadamente
À
qualquer especulação/ duvidosa / ou maledicente/
Que
estou pássaro ferido /de amor/ avassalador/ sim!
-Então/
por favor/ amigos/ e desafetos/também/
Lancem
depressinha /por ai afora /
-
Quem sabe/ quiçá/ ao vento/ ou às nuvens/
Ou
/quiçá/ à boca miúda/ conversadeira/-
Todos
os versos/ ou os versos /todos/
Todas
as palavras/ ou as palavras /todas/
Desse
nosso poema de amor/ avassalador/
Ou
dessa paixão totalmente/desvairada /
Que
só nós /dois/eu e ela/ é que sabemos/
-
O quão ele é plenamente/ intenso/
Posto
que o vivenciamos /agora /
-
O Quão ele é impossivelmente /eterno/
Posto
que ele/ o amor/ é certamente /finito!
-Entretanto/
ela e eu/ desconfiamos/ profundamente/
Que
certamente ele/ o nosso amor/ se esconderá
Nos
desvãos de uma saudade/ infinda/
Vez
que nesse nosso /então/ ele/ o amor/
A
nós nos enche /de contentamento/
E
de um inenarrável/ prazer/ sem fim!
Montes
Claros, 18-10-2012
RELMendes
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Fecunda instabilidade
(um pouco de
mim e de todos nós enfim...)
-E vamos que vamos
Porque...lá acolá,
O mundo inteiro nos espera...enfim!
-Dizem que sou instável
Claro!... E porquê não sê-lo?
Nasci à beira do mar...
E de marola em marola
Num constante vai e vem
Despejo-me...sem censuras,
Nas areias da vida
Vida que jamais serenou em mim
No enfrentamento corajoso
Das vicissitudes do dia a dia
-E vamos que vamos
Porque...lá acolá,
O mundo inteiro nos espera...enfim!
-Ah! Sempre anelei ser precursor
(Do que virá...obvio!)
Sempre ansiei trazer à tona
O escondido no pretérito e no futuro.
Por quanto sei que sempre magoei
E fui magoado enfim
Entretanto tenham por certo
Que penso e sempre pensarei
Que de “mãos dadas”
Será bem mais fácil
De se percorrer o tão anelado
Caminho da felicidade...
Que sempre é bordado de nós
( E mais nós!)
E nunca...tão-somente
Jamais de mim sozinho.
-E vamos que vamos
Porque...lá acolá,
O mundo inteiro nos espera...enfim!
Montes Claros (MG), 13-06-2006
RELMendes
domingo, 8 de novembro de 2015
O sagaz surrupiador de beijinhos
Ufa! Uma deliciosa
idéia
Martelara-me a
caçuleta
Sem pena nem
dó
Durante o dia
inteirinho:
Vou inesperadamente
Surrupiar-lhe um
beijinho
Bem gostosinho
Ah, se vou!
Discretamente...
Na ponta dos
pés...
Logo após o
inebriante crepúsculo
Recolher-me-ei
ansioso
Aos meus
aposentos,
Colocarei as
alpercatas
Empoeiradas bem
juntinhas
No vão que há
Entre o chão e
a cama
E ai então...
Tentarei
adormecer ligeiro
Porque quem
sabe assim
Ao despertar-me
amanhã
Bem cedinho...
Não poderei fazer
sozinho
Algumas coisinhas
Que tanto anelo:
-Amarrar os
cadarços
Do meu esgarçado
kichute
-Abotoar a
braguilha
Da minha cirola
samba canção
- Ariar os
dentes
Com um bom dentifrício
Assear o rosto
ainda sonolento
-Dá nó na
gravata de cetim etc etc
-E por fim... Quiçá
Ao romper radiante
o alvorecer...
Logo ao
acordar do sol,
Quem sabe se ao
despertar-me
Já não me
sentirei
Um galanteador
rapazinho
Corajosamente pronto
A surrupiar um
rápido beijinho
Daquela
coleguinha de sala
Que tanto me
encanta
Sem que a
professorinha veja hein?!...
Montes Claros(MG),
06-10-2013
RELMendes
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
O aposento da imaginação do poeta
(É um furdunço
só!)
Sabe aqueles
armarinhos
De bem
antigamente
Cheinhos de
carretéis
E mais carretéis
de linhas
De todos os
matizes
Lilases azuis bordôs...
E de um tantão
de botões
De madrepérola
de vidrilho
De plástico de
todos os tamanhos
Espalhados
desleixadamente
Sobre novelos e
mais novelos
De sianinhas
branquinhas azulzinhas...
Que tanto
enfeitavam as calcinhas
E calçolas das
menininhas
E de inúmeros
rolos rolinhos e rolões
De fitinhas de
cetim multicoloridas
Dependuradas
por todos os cantos,
E de uma
quantidade incalculável
De ilhós retroses
zíperes e colchetes
Esparramados por
toda parte hein?
Ah! Era um
furdunço só, num era não?
Pois bem!...
O aposento da imaginação
do poeta
É mais ou
menos desse jeito ai:
Ora um
caleidoscópio
De sensações
lúdicas
Ora um palácio
repleto
De ternas
lembranças
Ora um casarão
mal-assombrado
De paixões
inflamadas
(Com seu delicioso erotismo envolvente!)
Ora um casebre
De lamúrias
intermináveis
( Um porre só!)
Ora um picadeiro
De circo
transbordando
Coisinhas
hilárias:
Palhaçinhos
irreverentes
Anõezinhos
fantasiados de gnomos
Fazendo caretinhas
engraçadinhas
Cambalhoteando
e pirueteando à beça...
Mas...inesperadamente,
Quando se vê
Já tomou conta
da gente
O encantamento
que se derrama
Dos versos do
poeta ... E pronto!
Então... é só
deslumbramento!
(E que
deslumbramento!)
Ah! É um
furdunço só, né não?
Montes Claros
(MG), 14-03-2014
RELMendes
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