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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Flores do Araguaia

 (desabrocharam no asfalto do meu vadio peito!)

-Desvestido de inspiração alguma
Tentei aplacar a ira
Da silenciosa musa.
Abri a janela de minha varanda,
E pus-me a contemplar...
A belezura de um ipê lilás,
(Que daqui...bem se pode
vislumbrá-lo... Extasiado!)
Só para instigar a musa
De alguma maneira.

-Então, logo prorrompi...
Em ternas lembranças
Que...ao fluírem borbulhantes
Como um rio caudaloso,
Fizeram-me  resvalar...
Por recordações sem fim:
-A decida íngreme da rua Caiubi,
-A porta fechada...que durante anos abri,
-O apartamento aconchegante,
Onde por anos vivi...
Revestido de flores silvestres,
E orvalhado pelo frescor
Do Araguaia distante...

-Flores...mulheres boníssimas,
Presentes em meu caminho,
Que sempre...ao amanhecer,
Douravam-se de ternura...e gentileza
Para acalentar-me os irrequietos dias...

-Flores...mulheres generosíssimas,
Presentes em meu caminho,
Que...sempre ao anoitecer,
Sob o clarão do luar,
Permitiam-se...a si mesmas,
Pratearem-se de alegria...
Só prá alumiar-me os rastros...
De meus desvairados sonhos,

-Flores...mulheres amorosíssimas,
Presentes em meu caminho,
Que...ainda hoje e quiçá sempre,
Irão perfumar-me os dias...
De saudades muitas...

-Ah! Minhas amadas mulheres flores silvestres
Do Araguaia distante...  Quanta beleza!...
Quanta saudade escondida!...   
   
Montes Claros, 04-07-2010

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