(Reflexões de um homem de teatro)
-Então minha
gente de teatro 
Vamos lá ver
O que tenho a
lhes dizer!
-O que será
que seria fazer Teatro?
-Ah! Fazer
Teatro é a arte de rebordar 
Lindos
momentos da vida 
Que a própria vida
por isso ou aquilo 
Não se
importou em fazê-los tão belos,
Quanto na
realidade o são.
Portanto...
caberá também ao Teatro 
Tão delicada
tarefa!   
-Por que um
texto literário 
É tão
importante para o Teatro?
-Ah!
Responder-lhes-ei agorinha mesmo!
Creio que quem
leia o texto abaixo
Obterá a
resposta desejada.
-O Teatro e o
texto
São parceiros
inseparáveis  
-Derepente....
literalmente, derepente
Sabe-se lá
porquê 
Quiçá por isso
e aquilo
Em mãos
chega-lhe um texto. 
Texto esse que
há tempos
O homem de
teatro 
Procura... deseja
E ansiosamente
espera
Então ledo, ao
recebê-lo o devora 
Tal qual se
fora o texto
Uma deliciosa moqueca
de pajuari... 
Que estivesse no
momento a degustar 
Gulosamente...ora!
-Então... 
Após lê-lo
relê-lo ruminá-lo 
Por vezes e
mais vezes
Enfim o
decifra...totalmente, 
Tim tim por
tim tim!
E por conta de
tanto encantamento 
Logo se põe...
teatralmente, 
A montá-lo a coreografá-lo
E a
interpretá-lo avidamente 
Para só depois
e tão-somente, 
Ofertá-lo ao
encantamento
Do público
sedento por arte.
-Inicialmente...logo
após lê-lo  
O homem de Teatro
Perde-se em
devaneios e sonhos 
E dá asas à sua
rica imaginação
D´ora avante
então
Até que se
materializem
Tantos
devaneios e sonhos
-Aguçam-se os seus
sentidos interiores,
-Desnudam-se...
na cabeça dele, 
Fascinantes
personagens...
-Bordam-lhe a
mente 
Cenas e mais
cenas inusitadas
-Idealizam-se
cenários exuberantes 
-Sucedem-se
mentalmente 
Estafantes
ensaios etc etc...
-Entretanto...logo
em seguida, 
Ele se
defronta com a realidade 
Nua e crua... 
Porquanto
incontáveis 
Serão as
dificuldades 
Para uma
realização
De tal monta:
-Buscas e
buscas atrozes 
De patrocínios
minguados...
De atores e de
atrizes de difícil trato, 
E de espaços apropriados
Onde se possa
ofertar o espetáculo  
À apreciação do
público etc etc...
-Mas todavia
contudo entretanto 
O homem de Teatro
não desiste jamais
Da exaustiva montagem
da peça
E determinado insistentemente
persiste  
Em busca da gloriosa
apoteose 
Porquanto para
ele... 
Vamos dizer
assim,  
Nela se
escondem os aplausos,
A grande retribuição
esperada 
A seu
prazeroso ofício. 
Por fim...
No ápice
apoteótico do espetáculo:
-Curvam-se
gratos os atores e atrizes
E o público satisfeito
explode 
Em calorosos
aplausos...
-Apagam-se os
brilhantes holofotes
-Cerram-se as pesadas
cortinas
E o homem de
teatro sai...
Sorrateiramente
anônimo 
E desaparece
na multidão...
A transbordar a
sensação 
De dever
cumprido
Até a próxima
apresentação.
Então, deu pra
entender 
A relação imprescindível
Entre um e
outro? 
Montes Claros,
11-11-2012
RELMendes  

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