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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Lucidez Poética



-Se é verdade que ao envelhecer
Meu rosto perdeu o viço da juventude
- Porque os rastros da ancianidade o marcaram -
Também é verdade que não esmaeceu em mim
A intensidade de meus tantos sonhos juvenis
Que ainda hoje persistem os mesmos
Já degustados por esse porongo que um dia eu fui:
-Sonhos tressuados de devaneios, tantos
-Sonhos tresvariados de doces
Fantasias transitórias...a fluírem ao léu!

-Nesses setenta (70) anos já percorridos,
As rugas impiedosas plissaram-me a epiderme,
E os meus negros cabelos argentaram-se à beça
Pra iluminar-me a fronte, envelhecida, a olhos vistos.
Mas a face de garoto travesso, que em mim resplendia...
E a alma sensível de doce e generoso poeta desconhecido,
Essas, ainda hoje, em mim, fremente esplendem!...

-Ah!Se ainda ontem vivi intensamente...
Uma diversidade de emoções inesquecíveis,
Não há então por que sorver-me em prantos,
Nem tampouco por que quedar-me agora,
Em intermináveis lamentos...
Já que hoje descanso ledo por horas a fio
Num espaçoso divã orvalhado de liberdade,
Tentando poetizar profundamente...
Essa gama de saborosas emoções indescritíveis...
Que jamais as esqueci em momento algum da vida!

Montes Claros, 13-03-2011
Romildo Ernesto de Leitão Mendes
(RELMendes)

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