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terça-feira, 31 de maio de 2016

O que seria a vida, hein???



O poeta pensou, sorriu...e disse:
 - Ah! Pra mim... a vida é um empório de
surpresas; surpresas ora docinhas...
que nem as  guloseimas coloridas
 (Das bodegas da esquina da infância!...)
Ora amargas... que nem os chás :
-De sumo de folhas de boldo...
-De flores de mamoeiro macho...
(Pra aliviar entojo de empanzinado...
ou de cachaceiro embriagado!)
Mas...
Quem quer degustar a vida vida, em plenitude,
Não há que se amofinar
Em face desses embrolhos pontuais do dia a dia.
Pois... para saborearmos o fascínio da vida vida...
É preciso amar... sorrir... cantar... e assoviar,
Em quaisquer circunstâncias que nos encontremos...
E por fim...
Transformá-la (a vida!) num lindo poema de amor
          ( E basta!)
E a sorrir...o poeta,  poetinha,  poetão
Saiu... bem devagarzinho, e partiu.” 


Montes Claros (MG),2014, RELMendes

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Um punhado de infâncias

(é tudo de bom!)

-Lançar piões de alegria ao léu,
-Soltar pipas coloridas...ao céu das fantasias pueris,
-Borboletear brincadeiras de menino traquinas...
Pelos jardins desse mundaréu de meu Deus afora,
-Cantarolar cantigas de minar passarinhos gorjeadores...
E de acalentar miosótis e azaléias bordôs do meu jardim,
-Jogar conversa fora...com a moça bonita da varanda ao lado,
-Caminhar...na ponta dos pés, pra observar...de esguelha,
O  sorrateiro valsar dos colibris azuis
Nos desvãos dos ramos das açucenas...
E por fim...ledo, saciar-me de infâncias.

Montes Claros (MG), 27-05-2014

RELMendes

domingo, 22 de maio de 2016

LARINHA, A CACHORRINHA DA GENTE


Êta cachorrinha sabidinha!
Se eu contasse suas traquinagens...
E seus feitos inteligentes,
Não haveria quem acreditasse em mim.
Mas que é verdade, é!
Por favor, não duvidem!

-A nossa querida Larinha...
Só é pequenininha, mas é valente
Que nem um pit-bul feroz!
Ela, coitadinha, nem imagina
Em que apuros nos enfia...
Quando...ao sair pelas ruas conosco,
Ela se põe a latir e a rosnar aos cães vadios.
Só me resta dizer: Pernas pra quê as quero?

-Ah! Mas ai de quem ousar
Se aproximar da gente...
Quando ela está conosco na rua
Fazendo o seu passeio vespertino
De todos os dias da semana...
Certamente correrá, indubitavelmente,
O enorme risco de ser escorraçado por ela.
 KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Êta cachorrinha sistemática sô!
Pra Larinha,  tudo...mas tudo mesmo,
Tem que ser na hora certa...
Tudo tem que está sempre
No lugar de sempre...
Mas é tão leal, que...as vezes,
Digo-me: Meu Deus...temos muito
O que aprender com esses bichinhos!

Montes Claros (MG), 10/05/2016

Romildo Ernesto de Leitão Mendes (RELMendes)

domingo, 15 de maio de 2016

Não sei nada de nadinha!


E verdadeiramente, quiçá,
Nunca saberei nada...
Ah! Penso que tampouco
Faço a menor questão de saber.
Senão, que certas coisinhas...
Amor, paixão, compaixão
E ternura...
Estas..só as degustamos
Ou as sentimos...tão-somente,
Com a sabedoria do coração.
E isto, basta-me!

Montes Claros (MG) 15/05/2016

Romildo Ernesto de Leitão Mendes ( RELMendes )

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Um olhar sob o ocaso da vida


- Ora!... Ora!... Ora!...
Cá entre nós, e tão-somente entre nós:
Pois num é que o tempo passou e passou célere
E eu nem sequer me apercebia disso...
Quiçá, porque eu o gastava...sem avareza,
Em semear...por onde caminhei e caminhei...
Sonhos e mais sonhos a cada amanhecer.
E, pois num é que...por onde eu os semeei,
Desabrocharam sorrisos e mais sorrisos esperançosos!

- Será por que, hein?
Ah! Quiçá, porque orvalhei os caminhos percorridos
Com o verbo esperançar, né não?!
Verbo esse que pouquíssimos, mas pouquíssimos mesmo,
Ousam decliná-lo...com satisfação,
Vez que requer: Labuta, determinação, disposição Persistência...transparência...“parrésia”enfim.
Ah! E, sobretudo, um punhado substancial
De “COMPAIXÃO”...
(Sentir com as vísceras o sofrimento do outro)
Sentimento nobilíssimo,
Porquanto fruto da generosidade interior
Que, tão-somente, as almas gentis o possuem...
E o possuem pra enfeitar...e enfeitar com galhardia,
O lindo jardim da vida...verdinha verdinha...ara!
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!

-Entretanto, como quem está vivo...
Eu também teria de vivenciar
A iminente velhice...que sorrateiramente,
Foi se achegando a mim...sem economias,
Porquanto tive, e continuo a ter, o privilegio de viver
Embriagado de vida verdinha verdinha
Isto já por mais de sete (7) décadas e meia...ora bolas!
Portanto, nada contra a velhice ou o longo viver...
Vez que viver é bom demais da conta, sô!
Mas a mim só me parece que, vez por outra,
Ela, a velhice, anda muito mal acompanhada:
-Hipertensão...
-Reumatismo...
-Diabetes Mellitus II etc etc
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!

Mas, em compensação, a temida velhice
Oferta-me horas a fio pra eu degustar
Coisinhas simples que tanto me aprazem:
- Amanhecer-me antes do despertar do sol
Para extasiar-me com o alvorecer incandesceste
Desse amado sertão e deliciar-me com a cantoria
Da passarada louvando o novo dia que se deixa acordar...
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!
- Ir a pés em chão bem cedinho á padaria
Pra jogar papo fora com a vizinhança tagarela
Que não perde a oportunidade de debulhar
Todos os dias as mesmas potocas de sempre.
Ah! Perco-me em risos...ara!
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!
- Sentar-me à varanda...logo após o anoitecer,
Porquanto lá é donde posso serenamente contemplar
O lusco-fusco das estrelas a implicarem
Com o clarão desvairado do luar...
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!
- Arrefecer-me ouvindo uma música qualquer
Não importa qual!
Venha de onde vier...de preferência
Solfejada pela bela voz de Beatriz Azevedo!
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!
- Deixar-me balangar e balangar
Nas asas das boas recordações adormecidas
Mas nunca esquecidas,
Lá nos desvãos de minha gratidão...
Pois elas sempre enfeitam meus versins...
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!
- Porquanto hoje eu tenho tempo de sobra...
Aprecio muito escutar a zuada das crianças
A brincar na rua sob a clarabóia da lua...
E também me fascina auscutar
Pálido de espanto...
Os sussurros apaixonados
Dos enamorados a se lambuzarem de carícias
Sob a marquise de minha varandinha...
Ah, se gosto!
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!

- Ah! Por fim, não abro mão...em hipótese alguma,
De um cafezin quentin feito na hora...
Nem de uma farta bandeja de pães de queijo
E de biscoitinhos amanteigados feitos pela vizinha
Nem tampouco dos meus queridos amigos (as)
Do indescritível Facebook...
- Isto pra mim é vida a pulsar...ora!  

Romildo Ernesto de Leitão Mendes ( RELMendes)

Montes Claros (MG) 29-04-2016