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terça-feira, 9 de março de 2021

80 anos prestes a chegar 2º



(no dia 13/03/2021)


Segundo fragmento:

-Quem diria que estou prestes a chegar aos 80 anos  Se,por muitas vezes, estive dependurado na taba da berada?  Contar-lhes-ei mais alguns dos porquês dessa admiração: - Na adolescência, parafraseando o poeta amado,Mario Quintana,eu morava em mim mesmo, aliás sempre ,morei em mim mesmo (desde que me entendo por gente) com minhas saudades, meus sonhos,com o apito diário do trem a vapor (da velha MOGIANA) a avisar-me sua partida... ou da sua chegada àquela estação do povoado onde morava(Conquista MG)                (pura melancolia, misericórdia!)

-E, porquanto, o anelo imensurável de mandar-me daquela aldeiota... além de aumentar em mim, desmedidamente, estrebuchava, também, no imo de mim, (em meu Castelo Interior, como diria Sta Teresa D’Avila, a maior escritora da Renascença) a sussurrar-me, insistentemente, aos meus ouvidos : - Rapaz, vá-se embora em busca de teus sonhos, ora! Mas cá pra nós, só a partir de meus 14anos, comecei a dar minhas escapadelas,ás escondidas de meu pai, e sem suas expensas... (Concedidas, raramente, mas sempre com muita ojeriza e sovines  ) 

Então, em segredo, fui embrulhar balinhas numa fabriqueta, pra amealhar uns trocados, a fim de poder picar a mula dali, quando em férias escolares. Enfim, florescia-me em espertezas, a cada viagem que empreendia, sorrateiramente, á época:  - aprendi a pegar carona sem medo, estrada afora;   - fazia cara de cachorro faminto, pra angariar um prato de comida de alguma alma generosa pelas estradas; - assim, fui ao Rio (RJ) muitas vezes, e á Sampa, inúmeras, (casas das titias)... Acredita que eu estava lá em Sampa, quando de seu quarto centenário? Pois tava! 

-Mas só debandaria, mundo afora, definitivamente, após a conclusão do curso cientifico ( como, á época, era chamado o segundo grau.)  Como sempre morei em mim mesmo, tinha por hábito fazer de um tudo  e, ,porquanto,nunca furtei-me - como visita - em ser muito útil e,sobretudo proativo em auxiliar meus hospedeiros:

 - cozinhava;- lavava roupa;- faxinava a casa ou apartamento, e por ai vai... 

-Sabe por quê? Porque tem gente que se hospeda na casa dos outros, e não lava sequer o copo d’água, em  que bebeu! Ora, quando assim nos comportamos na casa dos outros,tenham por certo que passaremos,a partir de então, a ser, em qualquer abrigo, “Personas non gratae”, claro!  Esses que se arranchem lá na casa da puta que os pariu, pô!

-Bom, nesse mundo de hoje, onde a porteira do sexo se escancarou, É mais que óbvio que me questionem acerca de meus amores desse meu então, por demais curioso, que agora estou a narrar-lhes,né não? Claro, tive muito amores! Lembro-me, perfeitamente, do nome de todos eles ainda hoje: - “Marilia”...não a de Dirceu, mas a minha; - “Ana Flávia”,  minha doce sanfoneirinha; e por aí vai...  Gente, pra se roubar um beijinho da namorada, á época, era uma  façanha mais difícil que marcar um gol de placa em decisão de final de copa de futebol entre “Cruzeiro X Atlético”(MG). Mas se conseguia, sim! 

 E quando se obtinha êxito em tamanha façanha, com licença da palavra, a gente ia embora cambaleando de prazer, que nem um pato (ave) após copular com a pata (ave) no terreiro de um quintal qualquer. Já viram isto?  Quando não tínhamos êxito, lá íamos nós pras casas da “luzvermelhas”! Era algo cultural, próprio do machismo da época! Os pais incentivavam-nos a frequentá-las com muita assiduidade... Pois não queriam que seus filhos se“abaitolassem”  ( enviadassem)... e, no mínimo, fossem chamados, na aldeia, de maricas, e outros bullyings corriqueiros da época. Coisa, lamentavelmente, ainda muito em voga hoje em dia! “Eta qui quá!!  Mas sobrevivi!”

 

RELMendes – 14/02/2021

 

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

80 anos prestes a chegar 1º

 

(em 13/03/2021)


Fragmento introdutório:
-Quem diria que eu chegaria aos 80 anos
-O que justificaria tanta admiração?
Ora! Porque para tanto: - caminhei pra mais de metros!
- Fiz estripulias e doidices que até Deus duvida!
- Vi coisas lindas, que inebriaram-me a rodo,
E outras, assombrosas, que arrepiaram-me os cabelos...
Até os do meu fiofó, com perdão da palavra!
Oxê, nem lhes conto que, por diversas vezes, estive
Dependurado na taba da beirada, viu?!
Mas sobrevivi!
 
-Quem diria que eu chegaria aos 80 anos
Se, por diversas vezes, estive dependurado na taba da beirada?!
Contar-lhes-ei alguns dos porquês dessa minha admiração:
Se, a pés em chão, busquei – na marra - alfabetizar meus sonhos.
(Enfim, os tempos eram outros, mentes curtas, pra chuchu, ou não?!)
Alfabetizei-os – os sonhos – pena que não do meu jeito, mas sob o
Julgo dos estereótipos arraigados, sem termo, á época, nas prepotentes
Mentes machistas dos de então. Penso que desconheciam a palavra  Diálogo vez que julgavam-se sabedores de tudo que era bom ou ruim,  Quer pra suas fêmeas, desempoderadas, quanto pra seus filhos, Totalmente, dependentes deles!
 
-Vide só o que fizeram comigo, em relação a isso dito acima:
- Quem disse a quem, que eu queria deixar o meu Ceará, Quem disse?
Se o que eu queria mesmo era ficar na “baixa da égua” ( praia do Mucuripe) a catar mariscos, pegar siris e alguns caranguejos, quiçá,  Capturar uns baitas camarões saborosíssimos, sentir a maresia a Passear em meu  corpo, franzino,e salgar-me em suas águas cálidas,  Não tão límpidas, nem, tampouco, verdes, quanto às das demais praias Que circundam o belo litoral do meu Ceará... Ora!
 
-Mas, inesperadamente, sem consultar-me - vez que, á época, criança  Não opinava em nada - abduziram-me do meu belíssimo torrão natal (a bela Fortaleza) e, sem mais, nem menos, levaram-me para uma Cidadezinha Qualquer do Triângulo Mineiro... (tem cabimento isso? Pena que o “ECA” estava longe de existir, ara!)
Ora, mas cá n’alma, fi-lo (assim teria dito Janio Quadros) como diria  Nossa amada “Cora Coralina”: - “removi pedras”, - “plantei roseiras”,  Engoli almeirão (margoso, viu?), - senti uma saudade da molesta do  Meu Ceará, mas sempre, sem titubear, constantemente, fingia-me de Moco pra não sucumbir jamais, ás muitas agruras diárias!
Mas sobrevivi!

RELMendes – 13/02/2021

 


sábado, 28 de março de 2020

Partir faz parte do DNA de todo ser vivente


-Todos partiremos, um dia
(mais cedo ou mais tarde)
Lá pro outro lado do caminho
O qual hora palmilhamos.
Mas apenas partiremos
Pro outro lado do caminho.
Não deixaremos de existir.
Podes crer!

-Conosco levaremos
 (para o outro lado do caminho)
Apenas o que, quiçá,
Tenhamos sido. E nada mais!
Então jamais nos façamos de cegos...
 À dor alheia.Em hipótese alguma, viu?

-Por essas bandas de cá do caminho,
(nós, os seres humanos)
0utra coisa não somos senão
Hóspedes em passagem pela vida...
Podes crer, amigo!

-A cada amanhecer.
Por aqu,i temos apenas uma única tarefa:
- A de entreter e entreter á todos, ao nosso derredor,
Com alegria,á beça; delicadezas,aos montes;
Acalantos,a cântaros; e aconchegos, sem avareza!
Ainda que se acheguem a nós mergulhados em mágoas...
E retirem dos lugares nossos bregueços de estimação. Viu?

-Porém, quiçá,como diz o místico "Rumi",os visitantes inesperados
Tais quais:- “Pensamento escuro; - a vergonha; - a malícia...e outros,
 Encontremo-los sempre à porta rindo.
Talvez porque cada um foi enviado, como um guardião do além”.
Então, recebamo-los... pacientes e amorosamente vez que eles,
(esses visitantes aborrecidos)
Podem estar, simplesmente, nos limpando
Para um prazer bem maior...
No outro lado do caminho. QUIÇÁ?

RELMendes – 12/01/2020

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Meu último versejar de outubro


Pra quem tanto versejo?
Sabe que não sei!
Quiçá apenas pra quem
Me queira bem. Quem sabe?

Pra quem tanto versejo?
Versejo quiçá pra quem
Tenha um coração ávido
De alento. Quem sabe?

Pra quem tanto versejo?
Ora quiçá pra quem como eu
Tem o peito rasgado de amor
E não tem coragem suficiente
De desnudar aos bisbilhoteiros
Tamanho sentimento! Quem sabe?

RELMendes – 31/10/2010




quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Não sou sovina não senhor

(Nem aqui nem na China!)


-Se nada ajuntei em meus mealheiros
Além senão de meus singelos versins
Os quais graciosamente eu os oferto
A quem quer que por eles se interesse
Sem nada jamais eu lhes cobrar...em troca.

-Então, ôxe, é pífia a possibilidade de eu ter  
Me contaminado com essa tal sovines
Tão chula. Né não?

-Se nada amontoei em meu embornal
Usado em minhas muitas andanças
Além senão de meus muitos sonhos :
- De partilhar o “pão-nosso” de cada dia;
- De moradia digna a todos trabalhadores;
- De esperança de liberdade perene neste país...
Sonhos estes que eu os polvilhos em versos. Ao léu.
A quem se dispuser a sonhá-los comigo.
Mas sonhá-los juntinhos  (mundo afora)
“De mãos dadas”  no dizer de Drummond...
O inigualável poeta sabedor das coisas e do
Borbulhar da vida  a fluir.

-Ôxe! Então é pífia a possibilidade de eu ter 
Me contaminado com essa tal sovines
Tão chula. Né não?

RELMendes – 21/09/2019



quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Com o que nos deparamos na envelhecência?


(Vide os maus tratos a idosos em Sta Luzia, BH/MG)



 -Salvo as raríssimas exceções... que só confirmam
Completamente...o que hora lhes direi, abertamente,
Sem papas alguma na língua ...
-Ora! Ora! Ora! Só nos deparamos...a todo momento,
Com muita maldade no detrás das falsas aparências!
-Pois, nela,na envelhecência, ah, nada mais degustamos
Senão aquelas tristes verdades debulhadas,aos montes,
Por todos os cantos e lados aonde se vivia...a ouví-las,
(Quando em casa, criança ainda se era, á época!)_
Quer em sagrados provérbios ou adágios populares
(sabedoria  colhida no desenrolar dos tempo )
Ditas e reditas pelos nossos pais, afins ou achegados
Tais como: - Olha!Te é de mais valia a tua vizinhança
Que, de pronto, de alguma fora ou  maneira...
Te socorre...sempre,em uma inesperada agrura,
Que teus aparentados que só aparecem ao teu deredor
Quando por algum motivo de ti carecem!
- Escuta!Te é de mais valia um amigo que te socorre...
Sem que necessário seja... tu te humilhares,
Quando de agruras até ás tampas estiveres...
Que um irmão que pouco se dá ao soar de tuas
Lamúrias ou prantos de agruras, quiçá, tão
Facilmente  solucionáveis...
- Olha você aqui, pois assim diz o Senhor :
“Maldito seja o homem que confia noutro homem”...
- Atenta-te bem, pois, a teus filhos/as, se tu o sabes
Que  eles desconhecem totalmente, a única promessa
(bíblica) de “Deus” em ralação a como tratar os pais
Quer no percurso de sua vitalidade ou na velhice:
- “Honra teu pai e tua mãe e “Eu” dar-te-ei prosperidade
e longevidade...”
Saibas tu também, que, porquanto tal desconhecimento...
Quiçá, eles te abandonarão ao desalento amanhã viu?!

-Com o que nos deparamos na envelhecência?
(Vide os maus tratos a idosos em Sta Luzia, BH/MG)


-Salvo as raríssimas exceções... que só confirmam
Completamente...o que hora lhes direi, abertamente,
Sem papas alguma na língua ...
-Ora! Ora! Ora! Só nos deparamos...a todo momento,
Com muita maldade no detrás das falsas aparências!
-Pois o que na realidade vemos e vivemos...nesse agora,
No detrás das falsas aparências midiáticas do glamour
Da bondade assaz discutível de todos os aparentados para
C om seus mais envelhecidos...
É apenas uma desfaçatez da safadeza pra esconderem
Além da malquerença e despreso, o total abandono a que
Os submetem...sem a menor compaixão!
Quer em asilos ou mesmo em suas próprias residências.
Pronto falei!

RELMendes – 29/07/2019

domingo, 7 de julho de 2019

Colares ornados de verdes mares


(Mimo á cunhada Cida Colares Mendes)



-“Colares” há, aos montes:
Uns extravagantes, pois brilhantes á beça
Outros opacos ou assaz transparentes
Até os de neon absolutamente reluzentes!

-Mas “Colares” verdes...verdes pra valer,
Que nem os mares de minha terra distante
(Fortaleza Ceará Brasil)
Só os ornados com os verdes olhos da Cida...
Que além de limpidamente verdes, a olhos vistos,
Assaz sedutores e sobremaneira envolventes...
Que bem o diga meu irmão Carlinho.
(Carlos Mendes na verdade!)
Pois logo ao espiá-los frente a frente outrora
Apaixonou-se profundamente por sua Cida
E sem hesitar mergulhou em seus verdes
Olhos encantadores bem como em seu coração
(amoroso e valente)
Sem a menor pretensão de lá emergir nem hoje
Nem amanhã nem tampouco, jamais!

RELMendes – 22/01/2013